sábado, 31 de julho de 2010

Desabilitando a economia de energia no seu notebook

Pelo que já pude observar, o ganho no tempo de autonomia de uso da bateria do notebook com o plano de economia de energia não chega a ser muito significativo. Embora não tenha dados estatísticos para provar isso, posso afirmar, com a observação e a experiência, que o que realmente influi no tempo que a bateria consegue alimentar o sistema (desligada da tomada) é o uso que se está fazendo da máquina naquele momento. Atividades como jogos em tela cheia, compactação de arquivos, codificação de arquivos de vídeo ou áudio costumam naturalmente sugar muito a carga da bateria, já que exigem bastante do processador ou da placa de vídeo. Agora, atividades como ouvir música, navegar na internet, baixar arquivos, escrever um texto, geralmente consomem pouco poder de processamento, e menos energia elétrica, portanto. Desse modo, a autonomia da bateria depende mais dos aplicativos em uso do que do plano de energia aplicado. Um notebook já é um equipamento que consome menos do que um desktop; já é um equipamento desenhado tendo em vista baixo consumo de energia. Não há necessidade de se sacrificar a performance do note para economizar meia dúzia de watts na conta de luz. Se for jogar, pode ser conveniente aumentar o brilho da tela para realçar os detalhes do cenário e do jogo, mas se for ler, pode ser mais confortável diminuir a luminosidade do monitor; só com este pequeno ajuste já se estaria economizando de forma racional e confortável um pouco de energia. Vemos, então, que o uso consciente da máquina é ainda a melhor forma de economia; muito mais eficiente do que o problemático recurso do Adaptive Link Power Management do Windows 7, que só serve para perdermos a gravação de dvds ou congelar a exibição de um filme. E para nos assegurarmos de que não vai faltar "força" para nosso note, vamos mudar a configuração de energia da máquina para "alta performance". Acompanhe os passos no Windows 7 Home Basic:
Iniciar->Painel de controle :

Hardware e sons:


Opções de energia:

Alto desempenho:


Se quiser, diminua o brilho da tela movendo o slider: (no seu computador pode ser um pouco diferente)


Vale a pena lembrar ainda que, para aumentar a vida útil da sua bateria, é bom, sempre que possível, usar o notebook ligado na tomada, pois toda bateria suporta um estimado número de vezes em que pode ser carregada e descarregada. Alimentando seu note pelo adaptador de força, você estará aumentando a durabilidade da bateria.
E só para efeito de comparação, minha bateria aguenta geralmente 3 horas de navegação na internet, ao passo que jogando a duração dela não passa de 1 hora.

Linuxcon 2010

Acontecerá nos dias 31/08 e 01/09 deste ano a Linuxcon 2010 em São Paulo, capital. Será uma das maiores conferências sobre software livre a ser realizada no país. O evento contará com a participação de grandes nomes do mundo da informática, como o famoso programador Jon "maddog" Hall e o próprio Linus Torvalds em pessoa. Linus carrega atualmente o status de um verdadeiro popstar da informática, já que o sistema criado por ele (Linux) está cada vez mais presente na vida de todos nós, de forma direta (tendo o Linux instalado no seu computador) ou indireta (através de celulares, caixas eletrônicos, caixas de supermercados e de forma embarcada em vários tipos de aparelhos ). Você pode nunca ter usado uma distribuição do Linux no seu computador, mas certamente já deve ter usado algum programa livre escrito originalmente para o Linux como o Gimp, o inkscape, ou aqueles tradicionalmente presentes no sistema do pinguim, como o Firefox, o OpenOffice, o Thunderbird, só pra citar os exemplos mais comuns. O que há em comum entre esses programas é o fato de serem programas livres, com o código fonte aberto, permitindo a quem quiser e tenha conhecimentos sobre programação, contribuir no desenvolvimento de tais aplicativos e divulgar suas descobertas e melhorias para toda a comunidade de desenvolvedores e usuários. Talvez a maior contribuição de Linus tenha sido mostrar que a informação pode ser muito mais valiosa se compartilhada com todos, pois dessa forma ela deixa de ser trabalhada por um grupo restrito de pessoas para ganhar o mundo e a colaboração de indivíduos dos mais longínquos cantos do planeta. E pensar que tudo começou de forma despretensiosa ao divulgar um kernel livre numa lista de discussão sobre o Minix para que outras pessoas pudessem ajudar na criação de um sistema de código fonte aberto (o Minix é um sistema criado pelo grande mestre Andrew Tannenbaum, que é também uma grande autoridade no mundo da informática, com diversos livros e trabalhos publicados). Como podemos ver, o Linux está aí para provar que é possível construir riqueza de forma colaborativa, já que o progresso só acontece com o acesso à informação e aos bens culturais.

O Windows 7 e suas incompatibilidades - 1

Quem está acostumado ao Windows sabe que nem sempre é possível ver flores através dessas "janelas" (windows = janelas). E com o Windows 7 não poderia ser diferente. Tá certo que a Microsoft introduziu uma série de melhorias na segurança e no desempenho geral do sistema, além, é claro, dos efeitos visuais que simulam a luz passando através de uma superfície vítrea (como se o monitor fosse realmente uma janela para o mundo). Mas nem tudo são flores na ilha dos amores, como já diria um conhecido meu. Além da verdadeira correria para baixarmos novos programas que sejam compatíveis com o novo sistema (muitos problemas de compatibilidade já foram resolvidos, mas vez por outra queremos instalar aquele programinha antigo que tanto faz falta...), ainda existem certos "espinhos" doloridos ao longo do caminho. A maioria dos desktops e notebooks à venda por aí no Brasil estão vindo com o Windows 7 Home Basic ou o Home Premium. Essas versões não incluem o chamado "modo xp", que na verdade é uma máquina virtual rodando o Windows XP de forma integrada ao sistema, para executar programas antigos de forma transparente ao usuário. Acabamos, então, tendo que baixar novas versões de nossos programas ou tendo que instalar um gerenciador de máquinas virtuais (o VirtualBox, por exemplo) para rodarmos programas do XP. Mas o pior não é isso. O Windows 7 tem um recurso chamado Adaptive Link Power Management, que desliga os drives de dvd após 100 milissegundos de inatividade. Este recurso deveria vir desabilitado por padrão, já que causa um problema bastante conhecido com alguns drives de dvd. Deveria haver também um jeito mais fácil e prático de desabilitá-lo, ao invés de ter que digitar as seguintes linhas no prompt de comando - Deve-se dar "Enter" após cada um deles e executar o interpretador de comandos como administrador (Pesquisar ->cmd->botão direito->executar como administrador):

  • powercfg.exe -setacvalueindex 8c5e7fda-e8bf-4a96-9a85-a6e23a8c635c 0012ee47-9041-4b5d-9b77-535fba8b1442 DAB60367-53FE-4fbc-825E-521D069D2456 0

  • powercfg.exe -setdcvalueindex 8c5e7fda-e8bf-4a96-9a85-a6e23a8c635c 0012ee47-9041-4b5d-9b77-535fba8b1442 DAB60367-53FE-4fbc-825E-521D069D2456 0

  • powercfg.exe -setacvalueindex 381b4222-f694-41f0-9685-ff5bb260df2e 0012ee47-9041-4b5d-9b77-535fba8b1442 DAB60367-53FE-4fbc-825E-521D069D2456 0

  • powercfg.exe -setdcvalueindex 381b4222-f694-41f0-9685-ff5bb260df2e 0012ee47-9041-4b5d-9b77-535fba8b1442 DAB60367-53FE-4fbc-825E-521D069D2456 0

  • powercfg.exe -setacvalueindex a1841308-3541-4fab-bc81-f71556f20b4a 0012ee47-9041-4b5d-9b77-535fba8b1442 DAB60367-53FE-4fbc-825E-521D069D2456 0
  • powercfg.exe -setdcvalueindex a1841308-3541-4fab-bc81-f71556f20b4a 0012ee47-9041-4b5d-9b77-535fba8b1442 DAB60367-53FE-4fbc-825E-521D069D2456 0
Se vocês prestarem atenção, esses comandos não funcionaram na minha máquina, como pode ser visto na figura que eu coloquei logo abaixo do título do blog. O problema afeta principalmente os "felizes" proprietários das seguintes unidades ópticas: Sony BC-5100S DVD, Sony BC-5600S DVD e DVD TS L633B TSST +/-RW, conforme registrado no próprio site da Microsoft. No meu caso, minha unidade de dvd é uma TSSTcorp DVD+-RW TS-L633C e o que posso afirmar depois de ter atualizado o firmware dela é que agora estou conseguindo concluir a gravação de dvds usando o Nero 10, mas quando faço a verificação dos dados gravados, o Nero acusa erros de leitura do disco, ao passo que usando uma antiga unidade ide com um adaptador ide para usb, tenho conseguido até gravar alguns dvds sem problemas. Por fim, o que posso concluir disso tudo é o seguinte:

O Windows 7 ainda é um sistema novo, com alguns problemas que precisam ser resolvidos pela Microsoft, apesar de ser bastante estável e trazer melhorias consideráveis;

Grandes fabricantes de computadores, como a Dell, não deveriam integrar seus equipamentos com unidades de dvd sabidamente problemáticas e deveriam informar no site a marca e o modelo do gravador de dvd que o cliente está levando pra casa, ao adquirir um notebook, pois se eu soubesse que tratava-se de um gravador de dvd da Samsung não seria pego de surpresa com esse tipo de decepção (já tive problemas com um gravador antigo da Samsung em outras épocas), de modo que não posso recomendar gravadores dessa marca. A Samsung fabrica excelentes monitores (já tive dois muito bons), mas até hoje não tive sorte com unidades óticas dessa marca.

Música sobre crimes passionais

Nesses tempos em que são cada vez mais comuns os crimes passionais, não tem como não lembrar de algumas músicas que viraram verdadeiros clássicos ao meter o dedo nessa ferida. Vamos recordar, então, algumas delas:

The Sensational Alex Harvey Band - Delilah


I saw the light on the night that I passed by her window
Eu vi a luz na noite em que passei pela janela dela
I saw the flickering shadows of love on the blinds
Eu vi as tremeluzentes sombras do amor nas cortinas
She was my woman
Ela era minha mulher
As she betrayed me I watched, went out of my mind
E enquanto ela me traía, eu assistia, estarrecido

My, my, my Delilah
Minha, minha, minha Delilah
Why, why, why, Delilah
Por que, por que, por que, Delilah?

I could see that girl was no good to me
Eu pude ver: aquela garota não era boa pra mim.
Just like a slave I was lost and no man could free
Como um escravo, eu estava perdido e ninguém podia me libertar

But at break of day when that man drove away, I was waiting
Mas ao raiar do dia, quando aquele cara se mandou, eu estava esperando
I crossed the street to her house, she opened the door
Eu cruzei a rua em direção à casa dela, ela abriu a porta
She stood there laughing
Ela ficou lá rindo de mim
I felt the knife in my hand, she laughed no more
Então eu senti a faca em minhas mãos, ela não riu mais

My, my, my Delilah
Minha, minha, minha Delilah
Why, why, why, Delilah
Por que, por que, por que, Delilah?
So before they come to break down the door
E antes que eles venham arrombar a porta
Forgive me, Delilah, I just couldn't take anymore
Me desculpe, Delilah, eu simplesmente não pude mais aguentar isso.

She stood there, laughing
Ela ficou lá rindo de mim

I felt the knife in my hand, she laughed no more
Então eu senti a faca em minhas mãos, ela não riu mais
My, my, my Delilah
Minha, minha, minha Delilah
Why, why, why, Delilah
Por que, por que, por que, Delilah?

So before they come to break down the door
E antes que eles venham arrombar a porta
Forgive me, Delilah, I just couldn't take anymore
Me desculpe, Delilah, eu simplesmente não pude mais aguentar isso.
Minha, minha, minha Delilah
My, my, my Delilah
Why, why, why, Delilah
Por que, por que, por que, Delilah?

So before they come to break down the door
E antes que eles venham arrombar a porta
Forgive me, Delilah, I just couldn't take anymore
Me desculpe, Delilah, eu simplesmente não pude mais aguentar isso.
Forgive me, Delilah, I just couldn't take anymore
Me desculpe, Delilah, eu simplesmente não pude mais aguentar isso.

Obs.: Apesar dessa letra ser trágica, o videoclipe dessa música é hilário:
O guitarrista e o baixista vestidos de palhaço e o vocalista, de apresentador do circo.
Não tem como não rir.

My mistake, do grupo Pholhas


There was a place that I lived
And a girl, so young and fair
I have seen many things in my life
Some of them I'll never forget
Everywhere...
I was sent to prison
For having murdered my wife
Because she was living with him
I lost my head and shot her
This was my story in the past
And I'll go to reform myself
I am paying for my mistake
I will never be the same man again


Havia um lugar onde eu vivia
E uma garota tão jovem e bela
Eu já vi muitas coisas na minha vida
De algumas delas eu nunca me esquecerei
Em qualquer lugar que eu esteja
Eu fui mandado para a prisão
Por ter matado minha esposa
Porque ela estava vivendo com ele
Eu perdi minha cabeça e atirei nela
Esta foi minha história no passado
E eu vou reformar a mim mesmo
Eu estou pagando por meu erro
Eu nunca mais serei o mesmo homem


O ipê e o prisioneiro - Liu e Léo

Quando há muitos anos fui aprisionado nesta cela fria
Do segundo andar da penitenciária lá da rua eu via
Quando um jardineiro plantava um ipê e ao correr dos dias
Ele foi crescendo e ganhando vida enquanto eu sofria

Meu ipê florido
Junto à minha cela
Hoje tem altura
De minha janela
Só uma diferença
Há entre nós agora
Aqui dentro as noites
Não tem mais aurora
Quanta claridade tem você lá fora

Vejo em seu tronco cipó parasita te abraçando forte
Enquanto te abraça, suga sua seiva, te levando à morte
Assim comigo foi, ela me abraçava depois me traía
Por isso a matei e agora só tenho sua companhia

Meu ipê florido
Junto à minha cela
Hoje tem altura
De minha janela
Só uma diferença
Há entre nós agora
Aqui dentro as noites
Não tem mais aurora
Quanta claridade tem você lá fora

sábado, 24 de julho de 2010

Da política e das leis - I

Embora não seja um especialista nestes assuntos, sou um cidadão, e como tal tenho o direito de expressar minha opinião sobre esses temas que, aliás, são do interesse de toda a população. Depois de ver tantas reportagens na TV sobre rebeliões em penitenciárias, fico me questionando por que não há uma lei (do código penal ou da constituição, sei lá) que obrigue os presos a trabalhar. Se a mente desocupada é a oficina do diabo, então por que diabos não ocupar os longos dias de um detento com algo de útil? Que o sistema penitenciário deva ser reestruturado não há dúvidas, pois a superlotação, a entrada de celulares e de toda sorte de objetos e drogas nas cadeias é algo que as transforma em verdadeiras universidades do crime. Por que o Brasil não busca exemplos e experiências em países como os Estados Unidos, a Suécia e tantos outros onde não só as leis sejam mais verdadeiras mas o sistema penitenciário seja mais organizado. Onde estão os nossos deputados e senadores que não propõem, não discutem, não votam leis que sejam de fato de interesse do povo? Quando verei um deputado propor um projeto de lei para a redução do próprio salário? Num país onde um deputado custa uma verdadeira fortuna por ano aos cofres públicos, por que tais indivíduos não trabalham um pouco para merecer o muito que recebem? E como se não bastassem os altos salários com auxílio-paletó, auxílio-viagem, auxílio-motel, auxílio-vagabundagem, ainda existem as propinas, as falcatruas, as negociatas, o nepotismo, os mensalões da vida e todo um ecossistema de desonestidade. No grande manguezal de Brasília, a corrupção é a única planta que consegue fixar suas raízes.

A justiça é cega ... surda, muda e burra

Vendo o noticiário esses dias, não pude deixar de reparar na diferença que existe na justiça de outros países e naquilo que se tem a pretensão de chamar de justiça por aqui. A atriz Lindsay Lohan, condenada a 3 meses de prisão apenas por não ter cumprido o tratamento anti-drogas, por ter sido pega dirigindo alcoolizada e os policiais cariocas que liberaram o autor de um atropelamento mediante pagamento de propina. Se a vítima não fosse uma pessoa famosa, muito provavelmente os policiais não receberiam nenhum tipo de punição, ou, no máximo, seriam afastados temporiamente de suas funções. Em que mundo estamos vivendo, onde há cada vez menos diferença entre a polícia e os bandidos? Há os bons policiais, claro, mas estes, ao que parece, são cada vez mais raros hoje em dia. E o que dizer do ex-goleiro do Flamengo, acusado do assassinato de uma de suas amantes? Se o cara tivesse concordado logo em fazer um teste de paternidade e, eventualmente, assumisse a criança, ele não poderia estar agora ganhando tranquilo os seus 200 mil reais por mês? Mesmo que o juiz estipulasse um valor alto para a pensão que ele teria que pagar à mulher, ele não ficaria pobre por causa disso. Neste Brasil de tantas absurdos, já ninguém mais ousa dizer que o Brasil é o país do futuro. Seria melhor dizer que o Brasil é a terra da corrupção, da brutalidade; onde a justiça só acontece quando a imprensa divulga os fatos.

domingo, 18 de julho de 2010

Diga não à serifa

Pra quem não sabe, serifas são aquelas "perninhas" nas letras de fontes como Times New Roman, Courier, Book Antiqua, Garamond, Rockwell, Palatino Linotype e algumas outras que agora não me lembro. Fico abismado de ver como ainda muitas revistas, livros e jornais são impressos usando esses tipos de fonte (principalmente a Times New Roman). Eu particularmente acho cansativo ler qualquer coisa escrita com fontes serifadas, ainda mais se a letra for pequena. O fato dessas letras terem 'perninhas" significa mais detalhes a serem analisados e decodificados na hora da leitura, para reconhecermos o que está escrito. Ao que me parece a leitura torna-se mais cansativa e demorada. Ao passo que, quando se usa fontes sem serifa como Verdana, Arial, Lucida Sans, Candara, Comic Sans, a nova Calibri incluída a partir do Office 2007, parece que a leitura fica mais ágil, mais fluida; cansa menos. Não é à toa que a maioria das interfaces gráficas dos sistemas operacionais contemple o uso de fontes sem serifa. O lamentável é que o mesmo ainda não ocorre com a mídia impressa em geral. O pessoal da comunicação visual e artes gráficas deveria fazer algumas teses ou monografias nesse sentido, provando por a+b que fontes serifadas são menos legíveis que fontes sem serifa. Fica aí, então, uma idéia pra quem tiver tempo e se interessar pelo assunto e um conselho às gráficas e editoras: aposentem as fontes com serifa.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O inglês e a informática

A informática, como todos nós sabemos, nasceu nos países de língua inglesa. Desde o surgimento da máquina de calcular mecânica inventada pelo inglês Charles Babbage até o surgimento daquilo que pode ser considerado o primeiro computador moderno (o Eniac - construído pelas forças armadas norte-americanas que ocupava um andar inteiro de um prédio e funcionava movido com válvulas e relés), os fatos mais importantes da história da informática aconteceram em países de lingua inglesa ou em países que têm o inglês como segunda língua. O inglês é a língua universal de fato e, no caso da informática, é a língua universal de fato e de direito, já que a informática floresceu em tais países onde se fala e se escreve na língua do tio Sam. Devemos lembrar também que a internet nasceu de um projeto do exército americano, que pretendia criar uma rede de comunicação redundante, capaz de resistir a uma guerra nuclear. Por ter raízes tão profundas nesses países, é indispensável o conhecimento do idioma inglês na área de informática, principalmente em relação aos termos técnicos, cada vez mais presentes na vida de todos nós: palavras como formatar, deletar, inicializar, bootar já fazem parte há muito tempo do cotidiano dos escritórios e empresas, isso só pra citar os exemplos mais triviais. Assim sendo, é inevitável a incorporação destes termos na nossa língua portuguesa, tendo em vista que eles foram criados numa língua estrangeira e para designar situações ou coisas específicas para as quais geralmente não há termos equivalentes em nossa língua. Quando se fala em deletar, por exemplo, sabe-se que está apagando um arquivo e não passando uma borracha num caderno; quando se diz formatar sabe-se que se está criando uma nova tabela de arquivos num disco rígido e não moldando uma peça de argila, por exemplo. Certos termos perdem muito do seu significado se forem traduzidos para a nossa língua. Por exemplo a palavra software, já pensou se fossemos traduzi-la como fazem os franceses dizendo ´logiciel´? Ou a palavra arquivo que os portugueses traduzem como ficheiro? Horrível, né? E o que dizer das palavras hacker, monitor, mouse, site? Deveríamos dizer écran (monitor), rato, sítio, como fazem os portugas? Acho que não, né. Agora outra coisa que não entendo é a ojeriza e a má vontade que muitas pessoas têm para com a língua inglesa. Como muito bem nos explica o grande escritor Anthony Burguess (autor de A laranja mecânica) em seu livro A literatura inglesa, cerca de 20 por cento das palavras da língua inglesa são de origem latina. Isso porque lá pela Idade Média o rei da França, por questões de parentesco, acabou sendo o herdeiro mais próximo na sucessão ao trono inglês e graças ao seu governo, muitas palavras francesas (o francês veio do latim, assim como nossa língua) foram introduzidas no idioma inglês. Ou seja, o ingles não é uma língua completamente estranha. É só a gramática que é um pouco diferente e as palavras de origem anglo-saxã que nos confundem um pouco com seu excesso de consoantes. Ah, e tem os falsos cognatos também (palavras parecidas na forma mas com significados diferentes). Por exemplo: resume (continuar, retomar - muito usado em programas gerenciadores de download e outras tarefas que normalmente são demoradas e requerem a retomada em um momento mais oportuno). Bom, crianças, espero que vocês passem a olhar com mais carinho para o idioma nativo da internet e da informática. Poder ler manuais na língua em que foram originalmente escritos às vezes é bem melhor do que tentar decifrar uma tradução mal-feita e que geralmente nos confunde ainda mais.
Ainda não consegui te convencer? Tente ler então um manual escrito em alemão, russo, grego, chinês, japonês, coreano... Aí você vai ver o que é difícil de verdade!

See you next time, children. Hasta la vista, muchachos y muchachas!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Convertendo midi em áudio com o Synthfont

Depois que você instala o Synthfont, esta é a tela inicial que ele exibirá toda vez que você o abrir:

splashscreen
Ao contrário de muitos softwares comerciais, o Synthfont permite que você use todos os seus recursos sem que você precise comprar uma licensa de uso. Também não há limite de tempo para você experimentá-lo, ou seja, ele não expira. A única coisa que o autor pede é uma doação toda vez que você abre o programa, para ajudar no desenvolvimento e atualização do mesmo através de novas versões.

Caso você não tenha dinheiro sobrando, basta clicar em "I will still evaluate and think about it." Ele funcionará com todos os seus recursos, sem nenhuma limitação de uso.

Quando você abre o programa pela primeira vez, ele vai pedir para que você procure e abra um arquivo midi. Basta que você localize o arquivo que quiser e dar "Ok".

O próximo passo é o procedimento que você deve fazer com qualquer software novo que você instala no seu micro: acessar a parte de configurações do programa. Com os devidos ajustes, podemos extrair - senão o máximo -, pelo menos um bom desempenho do programa, evitando dele comportamentos indesejados e até travamentos do Windows.

Essa versão do Synthfont que eu estou usando (1.081) é especialmente problemática devido a uma inovação que o autor colocou nas opções de configuração e a definiu como padrão: na aba Tracks, clique no botão "Options",



Na guia Synth Engine, item Render Quality vem definido como padrão "Perfect Pitch". Essa opção geralmente é inviável para a maioria dos usuários por exigir muito do processador e da memória do computador, causando falhas no som e até ruídos. As outras versões não sofrem desse pequeno inconveniente, pois vêm pré-configuradas com a opção "Standard Draft" ou coisa parecida. Se a versão que você estiver usando for a mesma da minha, basta ajustar a qualidade de renderização de som para "Standard Draft", que tudo deve funcionar a contento. Entretanto, se a sua placa de som for realmente muito ruim, pode ser interessante diminuir mais a qualidade, tentando as outras opções.


Se a sua placa de som tiver suporte a ASIO, pode ser interessante você configurar o Synthfont para renderizar o som através desse recurso. Para isso, clique na aba "IO Ports" e marque a opção correspondente ao Driver ASIO da sua placa (no meu caso, trata-se de um driver da NVidia). Caso a sua placa não suporte ASIO, vai só aparecer a opção "Don't use ASIO".


Em seguida, clique em view e escolha "Expert View" (Este modo apresenta mais recursos e não tem nada de complicado). Em "Panes" podemos ver as abas da Expert View.

expert view
Eis como a Expert View se parece:

playlist
Na aba Files, temos uma playlist (lista de músicas a serem tocadas) na parte superior; uma janela do Explorer mostrando as pastas e diretórios do computador na parte inferior esquerda, e os arquivos midi na parte inferior direita. Para adicionar arquivos à playlist, basta clicar no ícone do planeta junto com a colcheia azul (a nota musical).

adtoplaylist

Você também pode adicionar vários arquivos de uma vez. Basta clicar no primeiro que você quer, apertar a tecla "shift" e, com ela pressionada, clicar no último arquivo que você quiser adicionar.

add varios
E se você ainda quiser selecionar mais um da lista, basta apertar a tecla "control" e clicar no arquivo a ser selecionado.

add multiple

Esta é a aba "Piano Roll". Serve para você editar a música como num sequenciador tradicional. Eu particularmente prefiro editar as notas num editor de partituras. Não me acostumo com sequenciadores. Mas para quem gosta ou quer tentar, o Synthfont também pode ser usado como um sequenciador.

pianoroll

Na aba "Midi events" é possível, por exemplo, mudar o instrumento tocado, sem ter de recorrer a um editor de partituras para isso. midi events

Basta mudar para o número do instrumento dentro da especificação midi e clicar em "Apply".

change bass

Mais adiante, iremos descobrir como achar o número de um instrumento midi.

Em "Tracks" temos a parte mais importante, pois nela podemos definir o volume de um instrumento em específico, o Soundfont a ser usado para cada instrumento e o Preset a ser usado. A-ha!, é na guia preset que também podemos mudar o instrumento e achar o seu número dentro das especificações midi. Mas aqui há um problema: quando uma música utiliza o mesmo canal ou trilha para instrumentos diferentes ao longo da sequência midi, não basta mudar o instrumento na guia Preset, é preciso fazer isso editando os eventos midi.

tracks

Em "Wave editor" é possível fazer alguns ajustes na afinação das notas, equalização e até mesmo exportar uma nota em específico como arquivo .wav.

wave editor

Agora vamos ver como transformar um arquivo midi num arquivo de aúdio (mp3, no caso), usando um outro excelente soundfont, que cai como uma luva nesta música.

Na aba Tracks, selecione todos os instrumentos (clique no 1.º, aperte a tecla Shift e, com ela pressionada, clique no último).

nuvem1

nuvem2
Agora, clique na guia "File", logo acima do nome dos instrumentos, localize o Soundfont desejado (no caso, o MagicSoundfont), selecione-o e clique em "Abrir".

soundfont select
Responda "Yes".

sfontselect2
Vá então com o mouse até a barra de ícones, logo abaixo da barra de menus, e clique em "To File".

tofile

save1

Em "Salvar como tipo", escolha MP3.

sv2

Depois escolha o bitrate (taxa de amostragem). 320 é a qualidade máxima para o MP3.

save3

Uma opção que também pode ser útil é marcar "Separate channels into separate files", caso você queira mixar os arquivos resultantes de cada instrumento em um programa de mixagem para adicionar, por exemplo, voz, outros instrumentos etc. Bons programas para mixagem são o Nero Soundtrax, que vem com o Nero UltraEdition, o Sony Soundforge, o Sonar, o Audacity e tantos outros.

Clique em "Salvar".

Depois clique em "YES".

pressplay

Agora aperte o "Play" na barra de menus e aguarde.

play2

Agora, compare os dois arquivos: abra o arquivo midi no seu Windows Media Player ou no Winamp e depois o arquivo em mp3. Sinta a diferença. Baixe os arquivos aqui:

arquivo-midi

arquivo-mp3

Ou procure direto na minha do pasta do Skydrive:

pasta pública

Aprendendo a usar um editor de partituras 2

Mozart Tut 2


Neste segundo tutorial, vamos aprender a imprimir uma partitura, introduzir repetições, casa 1 e casa 2, e outras coisas interessantes.

Em primeiro lugar, não é possível começar uma partitura com uma barra e um sinal de retorno. Teremos de recorrer a um artifício, então: introduziremos uma pausa e a ocultaremos na partitura impressa. Para isso, introduzimos a pausa e percorremos a sequência: Menu Item -> Properties -> Hide/ Show.


Aparecerá a seguinte janela: (Clique no botão "Hide")


Pronto, a pausa está invisível. Aperte a seta para direita uma vez para dar um espaço. Agora, introduziremos uma barra:


Aperte a seta pra direita de novo e digite : (dois pontos). Pronto. Já temos o primeiro sinal de repetição. Digite suas notas e, quando terminar a parte a ser repetida, digite dois pontos de novo e o sinal | (barra vertical).





Para inserir a casa 1, o processo é o seguinte: primeiro, introduzimos uma barra, depois um sinal de retorno antes dela:







Em destaque:


Depois, inserimos uma barra e um sinal de retorno onde queremos iniciar a repetição:


O próximo passo é inserir outra barra para marcar o início da casa 1, pois não existe uma barra de compasso no lugar exato onde queremos começar a casa 1. Repare que as notas da casa 1 serão puladas na repetição do trecho.


Para inserir a casa 1, iremos ao Menu Item -> Bar line -> First time, ou apertamos a tecla [


Em destaque:


depois inserimos uma barra onde queremos o final da casa 2:


E apertamos " ] "


(Repare que de acordo com a melodia digitada, a casa 2 não é necessária.)

Finalmente, vamos imprimir nosso trabalho. Para não haver sustos depois da impressão, primeiro vamos definir as margens do documento, o espaçamento entre as pautas, entre grupos de pautas e outros detalhes.

Abra o Menu Layout -> Page Format:


Primeiro, coloque a unidade de medida em milímetros.


Depois, defina os espaçamentos entre as pautas, o cabeçalho, o título e o rodapé conforme o seu gosto. Observe, entretanto que é conveniente haver entre as pautas um espaço de mais ou menos 2 cm para não comprometer a legibilidade.


Note que a primeira página pode ter esses espaçamentos definidos de forma diferente das outras páginas, dando um "look" mais profissional ao trabalho, podendo-se destacar elementos como o título, o cabeçalho e o rodapé, por exemplo.


Acima,definimos um título menor para a segunda página e as subseqüentes.


Acima, temos um problema: a largura da partitura é menor que o formato da folha a ser utilizada (A4: 297 mm de altura x 210 mm de largura). Para corrigir isso, voltaremos à aba Page Format e clicaremos em "Set music to printer page".


Repare antes:


e depois:


Agora clique em "Centre", na aba "Horiz."


Depois faça os ajustes da margem esquerda e da largura da pauta:


Dê "Ok". Pronto, agora vamos imprimir de verdade. Mas antes, veja como ficou o trabalho. Clique em "File -> Print Preview".


Vá clicando com o mouse para aumentar o zoom:







Se tudo estiver certo, clique em "Print":


Agora, se quiser mudar o modo de impressão (de normal para rascunho, por exemplo, para economizar tinta) e fazer outros ajustes na impressora, clique em "Fechar" na visualização da impressão e depois vá em "File -> Print Setup"







Clique em "Propriedades" e procure as configurações de impressão que deseja alterar, de acordo com a sua impressora.


Imprime em modo rascunho:


Em escala de cinza (usando só o cartucho preto):


Em ambos os lados (frente e verso):


Agora vou ensinar um truque para eliminar aquela indesejável frase que sai na impressão: "Printed by an evaluation copy of Mozart". Um artifício grosseiro que pode ser usado quando a partitura tem só uma página é o seguinte: vá até o menu "Edit -> Copy image". Aí é só colar a imagem em um editor de imagem qualquer (eu recomendaria o IrfanView para essa tarefa simples por ser gratuito, bastante leve e fácil de usar) e imprimir; não é necessário nem mesmo salvar o arquivo.

















Aqui, podemos definir algumas opções na hora de imprimir: portrait (retrato) ou landscape (paisagem); inserir notas de cabeçalho (headnote) ou rodapé (footnote); escolher o tipo de fonte dessas notas (arial, verdana, courier...). Em "Print Size", podemos definir o tamanho da imagem que será impressa (escolha o que melhor se adequar à sua necessidade). No caso dessa partitura, o melhor foi adequar o tamanho à página (Best fit to page). Em "Position", as margens: left (esquerda) e top (superior), medidas em cm.

Agora o truque n.º2: usar uma impressora virtual. Há vários programas que se enquadram nessa categoria. Um deles é o que acompanha o Microsoft Office 2003 e 2007, por exemplo. Ao instalar o Office, se você escolheu instalação personalizada e habilitou nas ferramentas do Office o Microsoft Office Document Imaging ou escolheu instalação completa, será instalada uma impressora virtual ( o Office Document Image Writer) que cria arquivos de imagem no formato .tiff, com suporte a múltiplas páginas por arquivo.

Ora, se é imagem, ele pode ser editado num editor de imagens. Agora ficou fácil fazer alguns remendos.

Clique em "File -> Print Setup" e em "Impressora", escolha "Microsoft Office Document Image Writer".


Depois, clique em Propriedades e faça os seguinte:


Ajuste o tamanho da pág. para A4 e retrato.


Em formato de saída, escolha "TIFF". 300 pontos por polegada são o suficiente. Em Pasta Padrão, onde o arquivo será criado.

Dê "OK" e "OK" de novo na janela de configuração de impressão.


Agora vá em File -> Print, se o arquivo ainda não foi imprimido.


Clique em "Salvar".


Se a opção "Exibir imagem" estiver marcada, o visualizador de imagens e fax do Windows irá abri-la logo em seguida. Como se pode ver, o documento tem mais de uma pag.


Na parte direita do visualizador, no penúltimo botão:


diz assim:


Clique nele. Dependendo da associação de arquivos do seu sistema, um editor de imagens será aberto. No meu caso, foi aberto o paint do Windows. Vamos tentar alguns remendos.


Mova as barras de rolagem até achar a frase inconveniente:


Clique no retângulo:


Agora, clique no retângulo do meio:


Depois, clique no quadradinho branco, lá embaixo:


Agora arraste o cursor sobre os dizeres:


Se o documento tivesse apenas uma página, o paint poderia ser usado para esse serviço. Mas o Paint que eu tenho não é capaz de salvar arquivos .tiff com mais de uma página. Ele só permite editar a primeira página.

Então abra o arquivo no IrfanView.


Selecione com o mouse a área a ser coberta.


Vá em Editar -> Insert text into selection:


Clique em "set background color"


Clique no branco e depois em OK.


e Ok de novo


Eis o resultado:


Agora, basta clicar fora e selecionar outra área. Repita o processo até acabar a pág.







Para passar à página seguinte, clique na setinha verde pra baixo:


Por fim, salve o documento:





Clique em "Sim".


Existem outras impressoras virtuais, principalmente as que produzem arquivos .pdf.


Eu recomendaria o CutePdfWriter, que é gratuito e funciona na maioria dos casos. Agora, se você tem o Adobe Acrobat Pro, você tem o Adobe PDF, que nada mais é que o Acrobat Distiller, a impressora virtual da Adobe, empresa que criou o pdf (portable document format). Basta imprimir o documento na impressora Pdf e depois editá-lo em algum software que permita fazer uma edição básica em arquivos desse tipo. O Acrobat Professional é, obviamente, o que tem mais recursos para isso.

Imprima o documento no CutepdfWriter. Se for preciso visualize a impressão antes e ajuste a página à impressora (Set music to printer page). Faça os ajustes necessários, voltando no menu Layout -> Page format, caso necessário. Depois abra o arquivo pdf no Acrobat Pro. Em View, mande ele mostrar a barra de ferramentas de comentários e marcação de texto.


Eis a barra:


Clique no retângulo.


Arraste o cursor nos dizeres e solte:


Clique na borda do retângulo:


E:


Agora clique com o botão direito e vá em Propriedades:


Clique em Color:


E:


Fill color:















Dê Ok e clique fora do retângulo. Basta fazer o mesmo nos outros trechos.


Por hoje é só.