Estava eu pensando no segundo turno dessas eleições, quando me vieram à mente alguns trechos de debates do primeiro turno. Lembro que me impressionou muito a coerência e a firmeza e a clareza de idéias do candidato Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL. Embora eu nunca tenha simpatizado com os ideais socialistas, achei muito interessante algumas idéias defendidas pelo candidato do PSOL: uma porcentagem significativa do PIB definida para investimentos em saúde e educação, o cancelamento do pagamento da dívida externa (que nunca consegue ser paga devido aos juros crescentes) e o limite à propriedade privada. É sabido que o socialismo teve como motivações a tentativa de melhorar a vida da classe operária, dos trabalhadores em geral. Entretanto, vários fatores (entre eles a corrupção) impediram grandes países socialistas como a Rússia de continuarem com esse regime político. É como diz no livro "A Revolução dos Bichos": "todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais que os outros". Há sempre uma classe dominante querendo levar vantagem e ter privilégios sobre os demais. Foi o que aconteceu com os burocratas russos (classe dominante). É como eu já ouvi falar em algum lugar: "a história do homem é a história da dominação do homem pelo homem".
Acho que independentemente do sistema político ou econômico, algumas medidas deveriam ser colocadas em prática pelos governantes, sejam eles quem forem: uma reforma no sistema tributário brasileiro, de modo que impostos mais altos incidam proporcionalmente sobre os mais ricos (além é claro de um imposto específico sobre fortuna - a partir de um certo valor de patrimônio a pessoa teria de pagar este imposto; algo por exemplo como a partir de 500 milhões, meio por cento da fortuna descontada no imposto de renda - isto não é absurdo, já que dinheiro gera dinheiro, ainda mais em se tratando de valores deste calibre), diminuição nos juros cobrados no financiamento de móveis e eletrodomésticos (conforme a quantidade de prestações, a pessoa acaba pagando até três vezes o valor do objeto comprado - isto é um absurdo numa economia de inflação controlada como a nossa), definição da quantidade de investimento em saúde e educação com base em dados estatísticos e definição em lei de um mínimo a ser investido (não menos de tantos por cento do orçamento anual, por exemplo; tantos reais por pessoa, investidos em saúde por ano etc.), diminuição geral do salário de todas as classes de políticos (deputados, senadores, governadores) e corte de benefícios absurdos como cartões corporativos, auxílio-terno, auxílio-viagem etc. (somos o país que tem os deputados mais caros do mundo) e combate ferrenho à corrupção em todas as esferas públicas (corrupção custa caro e quem paga a conta é o povo, evidentemente) - nada de mensalões, dinheiro na meia, na cueca, propinas, licitações forjadas, e toda sorte de falcatrua que o povo está cansado de ouvir falar nos jornais e ler nas revistas. Precisamos de um líder que comece a mostrar que nem todo brasileiro é corrupto e que a política não precisa ser feita com os bolsos cheios de dinheiro sujo.
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