Acho totalmente equivocado o discurso socialista que alguns partidos vêm utilizando de algumas eleições pra cá. Pra começo de conversa, nenhum partido brasileiro tem uma ideologia ou bandeira política bem definida; o que existem são associações políticas criadas de acordo com a conveniência e os interesses de seus principais participantes. Basta prestar atenção nas sopas de letrinhas de partidos com praticamente o mesmo objetivo: PCB (partido comunista brasileiro), PCO (partido da causa operária), PSTU (Partido socialista dos trabalhadores unificado), PSOL (Partido Socialismo e Liberdade). Alguns desses partidos têm um discurso mais radical; outros, nem tanto. E as estranhas coligações entre PT e PMDB, PT e PR, então? Partidos tradicionalmente adversários se aliando? Vale tudo pelo resultado nas urnas. Mas voltando um pouco no assunto, será possível que esses políticos que se dizem socialistas não estudaram nem um pouco de história? Todos os países que tentaram o socialismo fracassaram retumbantemente nessa intenção, basta tomar os casos da Rússia, da China e de Cuba como exemplos. Na Rússia, a falta de concorrência entre as empresas trouxe o atraso tecnológico em várias áreas, sendo o mais notório o da indústria automobilística (lembra aqueles carros da marca Lada que tentaram vender no Brasil na época do Collor?). Em Cuba, a população, apesar de ter acesso à saúde e à educação, até pouco tempo atrás era privada do acesso irrestrito à informática e a alguns equipamentos eletrônicos. Na China, milhões de trabalhadores ganham uma miséria nas grandes indústrias de aparelhos eletrônicos. Ora, um dos objetivos do socialismo não era a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e do povo, em geral? Que país conseguiu plenamente este resultado? E quem disse que justo o Brasil conseguiria essa façanha? Num mundo onde o capitalismo é o sistema dominante, o socialismo não passa de uma ilusão distante e fora da realidade. Ao invés disso, o Brasil deveria seguir o exemplo do Japão, que se reconstruiu depois da Segunda Guerra Mundial, graças ao trabalho e ao investimento maciço em educação, pesquisa e tecnologia. O valor dado à educação, a cultura do respeito pelos mestres, a vontade de crescer e se superar, isso sim é o que pode melhorar a qualidade de vida neste nosso país. Só quando o brasileiro se der conta da importância da educação, da cultura, do conhecimento, da pesquisa e da tecnologia, é que poderemos nos considerar um país de Primeiro Mundo. O que falta no Brasil é essa consciência. Mas como aos nossos políticos ainda interessa bastante a ignorância do povo, pois assim é mais fácil manipulá-lo, além de não estarem acostumados a lidar com uma população com alto nível de princípios e cultura, provavelmente teremos um longo caminho até chegarmos a esse patamar - se é que um dia chegaremos. Então, faça sua parte: valorize a sabedoria, o conhecimento, e comece a exigir dos candidatos propostas concretas para melhorar a educação neste país. Por exemplo: oferta de ensino em tempo integral em todas as escolas públicas, mudança no horário de funcionamento das escolas (que criança consegue se concentrar e ter atenção com aulas começando às 7 da manhã e num dia de inverno, por exemplo? - as escolas deveriam seguir o horário biológico da maioria dos estudantes, que com certeza não começa tendo que acordar às 5 e meia, 6 horas da manhã), valorização do professor e das condições de trabalho do mesmo (que ser humano conseguiria manter a atenção de 30, 40 indivíduos tendo apenas uma sala apertada, um quadro-negro, giz e um livro? - deveria haver um limite de uns 20 alunos por sala, materiais didáticos interativos, modernos, e melhores salários a esses funcionários da educação), oferta de atividades extra-curriculares e a implementação efetiva de alguns elementos do currículo, como artes e música (como é possível ensinar música se não há acesso a instrumentos musicais?). Enfim são muitas as coisas que poderiam ser melhoradas. Exija propostas concretas, não bravatas ideológicas. Além disso, programas de assistência social não podem virar assistencialismo. O governo deve incentivar o trabalhador a se qualificar profissionalmente com cursos gratuitos, dando uma ajuda financeira, mas oferecendo oportunidades de emprego também. Não basta que as crianças tenham direito à bolsa-escola, os pais dessas crianças precisam de trabalho, qualificação e educação, também.
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