segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Sobre a Verdade

Me lembro até hoje de um capítulo do livro de filosofia que estudei no segundo grau e que me marcou muito. O tema discutido era a "verdade". Se não me falha muito a memória, aqui vai o que eu me lembro (ou acho que me lembro, ou tô inventando, sei lá): em primeiro lugar não existe "a" verdade, e sim "verdades". Isso porque a primeira característica da verdade é que ela é subjetiva. Por mais objetiva que seja a abordagem, há sempre um ponto de vista envolvido na questão e, é claro, esse ponto de vista pertence a alguma pessoa. A segunda característica é a da utilidade: algo pode até estar correto, mas se não serve pra nada, não passa de uma grande mentira. Podemos dizer também que se trata da validade, pois, se dentro de um determinado contexto, algo, embora tido como certo, não é válido, ele também não é verdadeiro. Vocês podem até dizer que esta é uma visão muito pragmática da realidade, mas na minha opinião é a mais justa, a mais válida. Isso porque, se a verdade absoluta é Deus, todos nós temos as nossas pequenas verdades. E pra encurtar a conversa, estas são as características da verdade das quais eu melhor me lembro, pois as considero as mais importantes. Quantas pessoas "turronas" não conseguem enxergar o que é válido em uma determinada situação da vida, porque para elas a verdade é apenas o que é "certo", além de considerarem que há apenas uma opinião ou atitude que pode ser considerada como "correta". São aquelas pessoas encrenqueiras que acham que só aquilo em que elas acreditam é que é o certo, e não aceitam outro ponto de vista. Como já vimos, a verdade é múltipla, e não é porque Rousseau, por exemplo, disse que "o homem nasce bom, é a sociedade que o corrompe" que eu deva acreditar nisso. Eu particularmente acho que o homem tem uma tendência nata ao egoísmo, que exagerado, pode ser o primeiro degrau da maldade, tendo as instituições sociais (família, igreja, trabalho) um papel determinante na negação e no combate a essa tendência, tão humana e tão desumana ao mesmo tempo. Na minha opinião, uma pessoa com valores morais bem formados, bem transmitidos por sua família, não se deixa corromper (muito) pelo meio à sua volta. É, claro, todo mundo pode ter o seu momento de fraqueza, mas não toda hora, não é mesmo?, caso contrário isso já seria um comportamento doentio. Mas voltando ao lance da verdade, se tiver oportunidade, procure ler nalgum livro de filosofia sobre isso. Tenho certeza que isso irá te abrir os olhos e você começará a ver as coisas de um jeito mais tolerante, mais compreensivo, mais claro.

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