Se você já teve a curiosidade de quebrar um dvd ao meio para saber como ele é feito, você certamente percebeu que ele é feito de duas placas circulares de acrílico entre as quais há um composto de cor roxa. Agora, se essas duas placas são coladas pelas bordas ou soldadas pelo calor, isso é algo que não dá pra perceber direito. Muitos dvds e cds à venda por aí costumam usar uma fina camada de papel alumínio na parte superior do disco, ao passo que outros são pintados com o logotipo do fabricante, ou têm uma camada branca que serve para ser impressa em impressoras de cd, com desenhos, propagandas, letreiros personalizados etc. Também é possível, claro, escrever e rotular essas mídias com uma caneta para retroprojetor ou aquelas canetas próprias para se escrever em cds. A desvantagem das mídias que usam papel alumínio, ou coisa parecida, é que, com o tempo ou o manuseio constante, elas começam a ter essa capa protetora esfarelerando ou sendo carcomida, geralmente pela borda externa do disco. Outra coisa a se dizer a respeito da fragilidade das mídias óticas (cds, dvds e agora blue-ray discs -BDs) é que, quando se quebra um disco desses, a gente pode notar o quão fina é a camada que guarda os dados gravados. Realmente é uma película muito delicada e delgada. Isso por si só, já é o bastante para supormos que ela seja bastante suscetível à degradação do tempo, variações de temperatura e outros. Só pra citar um exemplo, em cds que eu gravei há cinco anos, alguns já apresentam sinais de degradação - e o pior: a infame mensagem com que o Windows nos aterroriza quando um disco ou parte dele está irrecuperavelmente danificado: "Erro de leitura - Verificação cíclica de redundância". Por isso, o melhor para armazenar dados importantes, ainda é gastar uns trocos a mais na compra de um HD externo de grande capacidade. Embora, às vezes se ouça por aí que um cd pode durar até cem anos, a verdade não é bem assim, pois a duração de uma mídia ótica depende de vários fatores, como: qualidade de fabricação, cuidado no manuseio e armazenamento, variação de temperatura do ambiente etc. A própria natureza física desse tipo de mídia nos dá uma idéia do quanto ela pode durar. O preço desses discos também deve ser levado em conta: mídias muito mais baratas que as de seus concorrentes costumam ter uma qualidade também inferior. Por isso, o melhor é sempre ter os seus arquivos mais importantes a salvo no HD principal e num HD externo também (pode ser um pendrive, cartão de memória se você tiver pouca coisa a guardar). DVDs devem ser vistos como um backup sobressalente, como uma segunda opção de backup; importante também, claro, mas arquivos que você pretenda que durem por muito tempo (músicas, videoclipes, fotos, documentos) devem sempre ser guardados em várias cópias, em diferentes mídias (HDs, pendrives, DVDs), pois caso uma delas falhe, ainda assim seria possível recuperá-los a partir de uma fonte de armazenamento redundante. E ao contrário do que muita gente pensa, entupir o HD de mp3 não degrada o performance do sistema; isso só acontece quando realmente há muito pouco espaço na unidade do sistema (geralmente a unidade c:), há pouca memória instalada e o HD está muito fragmentado. Quando há pouca memória, o sistema usa o HD para gravar temporariamente os dados de que vai precisar e, se o HD estiver super fragmentado, as operações de escrita e leitura tendem a demorar mais ainda. Como a velocidade de leitura e escrita de um HD é sempre inferior à velocidade da memória, quando esta é pouca, todo o sistema sofre. Quanto mais memória, melhor. E geralmente, quanto mais cara, melhor. A questão do mais caro= melhor, costuma geralmente ser uma verdade para equipamentos eletrônicos, assim como a idéia do quanto mais pesado, melhor, pois certamente há mais metal e fios mais grossos. Por isso, se realmente há pouco espaço no seu HD, considere seriamente a aquisição de um novo maior ou de um segundo, de preferência maior. E se há pouca memória, nem pense muito: vá guardando uns trocos para adquirir mais ou trocá-las por módulos de melhor qualidade (Kingston, OCZ, Patriot...) e maior capacidade (mesmo para o Windows XP, 512 MB de memória é geralmente muito pouco; em se tratando do Windows Vista ou do Windows 7, não dá pra brincar com menos de 3GB). Por fim, não confie que aqueles CD-Rs (de uma marca desconhecida e de baixa qualidade) que você usou para gravar seus primeiros backups durem mais de 5, 10 ou 15 anos, se eles estiverem guardados em um lugar abafado, quente, úmido, ensolarado ou, por outro lado, muito frio ou com grande variação de temperatura.
Acima: CD com as bordas carcomidas pela ação do tempo e apresentando o erro "Verificação cíclica de redundância".O carcomido atingiu o composto onde os dados estão gravados.
Em vermelho, a lâmina de acrílico com o composto arroxeado de um DVD; em azul, a parte superior pintada dessa mesma lâmina.
As duas lâminas que compõe o DVD.
Uma ao lado da outra
e justapostas, uma em cima da outra.
P.S.: Você deve estar se perguntando por que muitos Cds e DVds originais são prateados (cinza claro). Certamente, os DVD-Roms e CD-Roms industriais têm melhor qualidade que os CD-Rs e DVD-Rs vendidos à população. E eu me pergunto por que não foram lançados equipamentos que gravem DVD-Roms para o público em geral. Talvez a indústria, em sua doentia preocupação com os direitos autorais, tenha brindado os consumidores com produtos de menor qualidade e durabilidade, como forma de retaliação à pirataria doméstica, escondendo do grande público a tecnologia usada na fabricação de cds e dvds originais. Talvez houvesse também limitações técnicas, mas o fato é que mesmo os mais entusiastas acabaram se contentando com o que o mercado de mídias oferecia, e assim continuamos até hoje. Talvez levemos grandes sustos daqui a alguns anos, ao vermos que os dados gravados em nossos dvds viraram lixo. Talvez nem tanto. Quem sabe? Você seria capaz de prever o futuro?
Gostei do seu post. Não sabia dessa diferença gritante entre DVD's domésticos e comerciais.
ResponderExcluirMas olha, eu tô tendo esse problema de Verificação cíclica de redundância em dois DVD's que gravei ano passado e estou tentando resolver o problema com programas voltados pra isso... por isso não chega a ser totalmente irrecuperável esses dados.
pode até não ser impossível recuperar esses dados em alguns casos, mas vc. deve levar em conta que programas como o DVDFab podem ser configurados para ler um determinado trecho do disco várias vezes quando há erros de leitura, o que estressa tanto a lente da unidade de cd/dvd quanto o motor da mesma, levando a um óbvio desgaste do equipamento e até mesmo ao estrago do mesmo, em último caso. Isso já aconteceu comigo. Por isso, quando um disco apresenta erros de leitura, as vezes pode ser mais interessante buscar outra fonte do mesmo conteúdo (se for filme ou música, por exemplo), mas caso os dados sejam mto importantes, talvez vc. queira sacrificar um pouco a unidade com repetidas leituras para recuperar os dados. A decisão cabe a vc., mas caso os Dvds estejam mto. ruins mesmo e essa for uma prática mto. usual pra vc., a sua unidade de Dvd pode vir a óbito qualquer hora. Não se assuste, mas esteja preparada.
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