Assim como analfabetismo e letramento são palavrinhas que há tempos atrás já caíram no gosto dos educadores e da imprensa em geral, também vou propor aqui dois outros termos: o analfabetismo digital e a falta de letramento digital. O analfabeto digital seria aquela pessoa que não conhece equipamentos digitais (em especial, o computador) e suas partes (não sabe o que é mouse, teclado, monitor, CPU...), assim como o analfabeto não conhece as letras e as palavras; já o iletrado digital seria aquele que não entende o funcionamento de um computador ou de um celular, por exemplo (vive brigando e não se entendendo com eles; não sabe manusear seus menus e sempre faz alguma coisa errada); assim como o iletrado, que até pode saber ler e escrever, mas não entende completamente o significado daquilo que está escrito. Se em hoje em dia as crianças já crescem imersas num mundo digital, sabendo navegar na internet, usar o computador e demais equipamentos assemelhados (celular, videogame, televisores e dvds com menus interativos), ainda é de se espantar que os mais velhos geralmente não estão antenados com esta revolução. Há também os excluídos digitais, pessoas (jovens ou de mais idade ) que não podem usufruir do uso direto da nova tecnologia. Essa exclusão, entretanto, tende a diminuir, na medida em que os aparelhos eletrônicos, de uma forma geral, tendem a convergir para o universo digital. Agora, é entre os mais velhos que geralmente vemos os casos de maior resistência e desprezo pelas novas tecnologias. Isso é, no mínimo, temerário, tendo em vista que a informática está na vida de todos, e a vida de todos passa, necessariamente, pela informática (ao usar um caixa eletrônico; ao pagar o caixa do supermercado; ao usar um cartão de ponto eletrônico; ao acessar o menu de um celular, de um dvd player, de um televisor, de um aparelho de som; seus dados pessoais estão num banco de dados da receita federal, do INSS, do SUS, de lojas do comércio on-line...). Além disso, mais e mais aparelhos começam a incluir funções que antes eram exclusivas dos computadores (acessar a internet, edição de textos, de fotos, videos etc). Dessa forma, quem não abraçar o digital e não se dispuser a aprender a sua cartilha, estará caminhando na contramão da história. Quanto ao ramo da educação, como seria bom se todos os alunos assistissem a aulas, cada um com seu notebook na mão, vendo um professor - devidamente atualizado quanto ao uso das novas tecnologias, usar uma lousa eletrônica touchscreen, ao invés das pré-históricas lousas de giz, dando orientações aos seus alunos de como pesquisar e achar o conteúdo que seria desenvolvido com base nas dúvidas e questionamentos que fossem encontrados a partir da pesquisa. Na era da informação, o importante é saber recuperar a informação desejada e, principalmente, saber analisá-la, filtrando o que é relevante e o que é superficial. Ou seja, ensiná-los a fazer as perguntas certas, já que o Google tem sempre as respostas - quer dizer, quase sempre.
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